O melhor mês para a cidade de Caruaru é o mês de junho. A cidade conhecida internacionalmente como a “Capital do Forró” é cercada por tradições passadas de geração a geração, guarda sempre algo de explosivo a cada ano que passa.
É a maior fogueira, é a maior canjica, a maior pamonha e por final o maior cuscuz do mundo. É tanta caloria que haja fôlego para acabar com os excessos das comidas, o único jeito é dançar o forró.
O criador desse estilo musical, “Luiz Gonzaga”, tem suas músicas lembradas em todas as bandas que se apresentam na cidade e também nas confraternizações das famílias, amigos, empresas. Mas o ritmo dos últimos anos e as letras que enfatizam o duplo sentido têm ganhado espaço pelos jovens com seus “carros elétricos” em alto e bom som.
Na escolha do público, o que importa é o ritmo e não a letra. Bem, o que hoje não é bem assim. Um dvd de uma determinada banda com um canção, se ela for considerada, mostra a idéia de uma fruta – a uva- sendo saboreada no maior clima de erotismo e sendo cantada por crianças inocentes que não dão a mínima atenção à imagem, mas para quem é bem crescidinho já imagina o que é.
O estilo do forró “estilizado” ganha cada dia mais adeptos ao ritmo, mas ao mesmo modo afasta uma música sadia, com letras que remetem à reflexão do que se fala. A Fundação de Cultura de Caruaru cruzou os braços para esse novo estilo e fez valer a lei municipal assinada em 2007 ( se não me engano) que reforça a autenticidade do verdadeiro São João.
Mas e os derivados das primeiras bandas ? O pontapé inicial para o forró estilizado não foi dado com os dançarinos e instrumentos elétricos ? Eles vão morrer ? Não. As bandas de saudosa lembrança estão liberadas. Somente sobreviverão no pátio que vier vestido de Gonzagão, Zivuca, Dominguinhos, Elba Ramalho… com qualidade !
Sejam queimados na fogueira os “chupas” , os “amores de rapariga”, “fazer valer na cama, fazer gostoso para o gozo não virar lama” …
Tudo isso ao som de “a fogueira está queimando…” “olha pro céu, meu amor…”
O público vai decidir. As apresentações em seus dvd’s particulares ou uma festa ao ar livre, onde tudo é permitido. O conselhos dos otorrinolaringologistas alerta: “música de baixa qualidade afeta os ouvidos e atrofia o cérebro”.
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