domingo, 31 de outubro de 2010

Os Toyotas com ou sem passageiros ?

Relembrando os toyotas...
Coincidência ou não, participei de algo que é comum no período das eleições , quando era permitido (eita saudades) do transporte de passageiros das zonas rurais para a cidade e vice-versa como transporte mais popular de nossa região, os toyotas.
Ao me deslocar de Caruaru até Belo Jardim, pelo período da manhã, não tinha nenhum transporte literalmente, nenhum carro. Éramos em uma média de trinta pessoas que estavam reunidas com o mesmo propósito. Voltar a sua cidade para participar do maior ato que qualquer pessoa em liberdade em pleno exercício da democracia, o voto.

Muitas pessoas morreram outras, precisaram enfrentar diversas dificuldades para garantir que eu e você querido leitor, pudesse ter esse direito e essa liberdade. Não vejo este ato como uma obrigação imposta pelo nosso sistema. Assim como você tem exerce sua liberdade de ir e vir, de comprar seus objetos, de escolher um local para morar, uma alimentação. Assim, é pra mim o direito de votar.
Ao transporte, em uma hora de trajeto, me lembrei de histórias que se cruzam, mas de um fato diferente.

Primeiro que os Toyotas são veículos de força e estratégico para locais de difícil acesso. A palavra estratégia para isso é segmentada porque envolve que eles cumprem o seu papel em um solo fértil ou árido. O transporte de pessoas e mercadorias sobre ele manifesta a sua força sobre a ótica de ajudar na condução de alimentos, roupas, materiais diversos. Tudo o que precisamos no cotidiano.

Em larga produção, continua sendo o veículo da zona rural. Triste, é o dia de hoje eles. Que não mostraram sua força, sim, mostrou suas faces transportando as urnas eletrônicas. Como foi possível esquecer?

O percurso em uma janela, com as gotas de chuvas, mostrou mais detalhes desses transportes. Ele não possui vidros nas portas dos passageiros, possui lonas pretas que tapam a visão e não permite contemplar as belezas da paisagem. É verdade que muitos estão cobrindo os seus olhos, não comparecendo aos locais de votação para manifestar o seu desejo.

A janela por um instante se abriu pela passageira que queria descer. Chegou ao seu ponto final e novamente foi preciso abrir a porta. Ao abrir, viu que não era ali o local que deseja ficar. E queixou-se do motorista, que humildemente a respondeu: “Sim, desculpe. Mas se a senhora estivesse com a janela aberta, teria visto que o local que queria desembarcar já passou. Vou para por aqui, e infelizmente o restante do pessoal não vai concordar em voltar...” foi à oportunidade.

Minha janela, sem proteção, minha visão. De uma estrada larga, sem movimento de carros, sem interferência, sem sol, mas aberta para contemplar. O transporte não é tão confortável assim, mas cheguei a cidade. O Toyota azul, com velocidade dentro dos padrões chega a Belo Jardim. Chegou ? Mas cadê a placa indicativa ? Foi retirada ? Não existe mais. O cenário mudou, passagem aberta, os transportes podem regredir ou evoluir as histórias e os fatos permanecem, ganham nova visão, nova roupagem. Só não modifica seu contexto, suas idéias, a sua interpretação.

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