domingo, 27 de junho de 2010

Uma gota de felicidade e chuvas de calamidade


É certo que para o nordestino a chuva sempre é bem vinda. Algo que garante aos produtores e animais da região a bonança que é esperada após um longo tempo de espera, já que o período de verão é prolongado. Quando o sertanejo sabe que as chuvas, ou melhor, que o inverno está chegando fica feliz e se planeja para saber utilizar bem o pouco tempo que tem para cuidar de sua lavoura.  É tempo de preparo, tirar as ferramentas, procurar os arreios dos animais, todo o aparato possível para que assim que a terra receber as águas, a terra seja arada e conseqüentemente temos o fruto em nossas casas. Graças às bênçãos das águas.
Em outra face, nos deparamos com a força das águas. O encontro das águas que permitem que essa força um mover maior do que imaginamos. O homem não tem domínio sobre ela, e infelizmente não tem condições de com toda a sua inteligência prevê o que pode lhe acontecer. Infelizmente, essa triste situação atenuou-se com as dificuldades para tentar socorrer. Vê nossos familiares e amigos em uma situação difícil já é complicado. Então imagine essa situação duas vezes pior, primeiro porque existe o dano material na vida daquelas pessoas e a segunda é físico. O desespero dos pais, filhos, amigos em vê tudo sendo levado pelas águas, em sua outra face. Não tem hora nem tempo de chegar, se ao menos ela pudesse nos dizer em que tempo ela viria. Preparávamos-nos e ficamos vendo somente ela passar. Já vimos os dois lados da moeda, agora precisamos vê as laterais. Se observarmos as moedas de um real é vazada, elas possuem um intervalo, tipo uma marcação. E nesse intervalo é que convido a fazer uma reflexão sobre alguns pontos importantes para instigar a uma reflexão:  1 – O que estamos fazendo como cidadãos para não desmatar as áreas ribeirinhas? Talvez, acredite que elas não têm nada a ver com a questão das chuvas, não está interferindo , entretanto elas seriam as barreiras naturais que poderiam ter evitado. Correto?  2 – No planejamento das barragens que foram destruídas a força do homem esteve presente da forma de conter as águas. Só que não somos perfeitos para impedir isso. Mas gostaria de reforçar o monitoramento das mesmas. Será que a empresa responsável pelo seu monitoramente não foi capaz de entrar em contato com as autoridades para comunicar a população sobre esse feito? Existe tanto dinheiro jogado fora e porque utilizar as outras formas inteligentes do homem para elaborar um sistema de monitoramento para isso?  3 – A poluição também não está fora. Posso ver em algumas cidades que já visitei que as cidades que são cortadas por algum rio sempre estão poluídos. E a tendência é crescer ainda mais. O homem não dá conta que na maioria dos casos ele é o principal responsável. Quando acontece a inundação, o transbordamento das águas é um despreparo de ambas as partes. A população esquece de cobrar dos governantes medidas que venham ou possam amenizar as chuvas. Um prato cheio para eles se aproximarem e vender a imagem de que isso não podia acontecer que vai elaborar um projeto. Acredito que de projeto as gavetas, os armários, os depósitos, arquivos estão cheios. É necessário ação. Não posso esquecer de dizer que é necessário um projeto para se fazer algo mas, se existe o problema e todo ano é a mesma coisa, ele se repete e ninguém faz nada então não precisa de projeto nenhum. Precisa é sair de nossas cadeiras, e levantar nossa voz.  4 – O último ponto é agradecer, todos os dias pelo pão nosso de cada dia, aprender a perdoar, ser solidário. Não esperar que somente em desastres como esse que aconteceu em nossa cidade fazermos algo. Eu decidi sempre ajudar alguém. Se não for com bens que seja de palavras, ações, atitudes. Agradeça pela sua vida. A solidariedade não é somente para ser vivida em dias tristes. É para todos os dias. Hoje, amanhã, eternamente.  

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